Jardim (2017)

Projecção de slide a cor, ferro roscado, vidro, ardósia, dimensões variáveis;

A instalação “Jardim” parte do conceito de heterotopia de Michel Foucault para pensar o espaço do jardim como um lugar real que simula as condições de um outro - o da natureza que, independentemente da acção humana, se auto regula. Um jardim, por si só, e à semelhança de um jardim botânico e/ou de um museu, conecta diferentes períodos de tempo, geografias e culturas. Num só lugar, o jardim pode constituir-se a partir de plantas de todo o mundo, revelar identidades culturais e individuais, ao mesmo tempo que não deixa de expressar um certo desejo de domínio - o jardim como o lugar da natureza controlada. Compreendendo o jardim como um espaço de simulação, que embora real não deixa de ser uma representação humana de determinadas naturezas, a vida vegetal é aqui representada a partir de partes do corpo de várias espécies de plantas resultando em corpos e formas que revelam possíveis anatomias embora inexistentes.

A instalação que dá corpo a este jardim de plantas improváveis constitui-se a partir de estruturas verticais em ferro sustentadas por bases em ardósia que erguem recortes de vidro fosco onde os registos fotográficos das plantas construídas são projetadas.